Blog de integração dos participantes do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência - PIBID - CAPES, do curso de Letras da Universidade Federal do Pampa, Campus Bagé, com a Escola Estadual de Ensino Médio Frei Plácido e com a Escola Estadual de Ensino Médio Luiz Maria Ferraz - CIEP.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Crônica de um "investigador" em Rio Grande

 Saímos cedo da "Raínha da Fronteira" em direção a cidade portuária de Rio Grande. As horas se passaram como um raio, apesar de vozes me cercarem em meu momento de descando.

 Chegando a Rio Grande mal vimos muito além do que o imenso Campus Carreiros da Universidade Federal do Rio Grande.

 Eram o lago, os prédios separados e distantes e o verde do chão que dominavam a paisagem do sonho daquele Campus.
 Poucas pessoas circulavam até chegarmos próximo ao CAIC, e foi exatamente ali que me deparo com algo de imensa relevância: uma horta comunitária mantida pela universidade, pela escola e pela comunidade periférica.

 Adentrando no tal CAIC, muitas pessoas circulando, algumas delas conhecidas, e, desde ali pude notar o espírito geral do encontro que era um espírito positivo e construtivo.

 Após os credenciamentos, fomos conhecer o Restaurante Universitário, o qual por ser terceirizado a comida era cara, porém muito boa.
 Voltamos para o CAIC, em seu ginásio, e assim foi anunciada a abertura do X Encontro de Investigação na Escola, com as falas de organizadores da FURG, de outras instituições e do diretor do CAIC. Exporam que tal décimo encontro teve como objetivo fazer o evento dentro de uma escola, e não teria ideia mais legitima do que fazê-lo dentro do CAIC.

 Plantas em pequenos vasos flutuaram entre as pessoas, muitos ali ficaram contentes, algo místico acontecia.

 Nos dirigimos ao outro lado da escola, para encontrarmos o nossos respectivos grupos onde devemos apresentar nossos trabalhos e apreciar o de outros. Os Unipampeanos se fragmentaram em três grupos, então segui o grupo em que iria emergir a epopéia da qual fazia parte.

 Numa dessas salas de escola fomos nos acomodando, e pouco a pouco apareceram pessoas de vários lugares, e que em sua maioria eram de conceito biologico feminino.
 Pudemos ali mesclar conhecimentos físicos, pedagogicos, linguísticos, químicos, porém infelizmente, por circunstâncias - dessa vez - míticas, não podemos mesclar os das artes e das matemáticas.

 Comovido com a visão eufórica dos ali presentes, meu interesse ultrapassou a simples troca de informações, e comecei a questionar por curiosidade a atividade dos outros respectivas aos seus trabalhos. Tudo ali me pareceu útil, e creio que aos outros Unipampeanos daquela sala também assim pareceu.

 Findado aquele dia de "além-trocas", presenciamos um culto melodramático, corporal em verdade, e assim podemos terminar o dia com uns chocolates e alguns mistérios.
 Os mistérios foram descobertos após sabermos que poderiamos, eu e mais um dos que vieram da "Raínha da Fronteira", adentrar no refúgio de um antigo, mas vivaz maquinista.

 E lá fomos e, depois de agradecer a hospitalidade, de uma forma veloz a lua deu lugar ao sol.

 Em espanto, o evento recomeça em outro lugar, e os grupos que antes eram pequeninos se aglutinaram a outros e assim transformaram-se em uma roda de conversa e deliberação colossal.

 Nesta roda, todos ali deram indicações sobre o que ali estavam fazendo e daonde vieram. Pouco tempo depois decisões foram acordadas e assim se esboçou o esqueleto de um porvir ritual. Encaixamos o poema de um, com a guitarra de outro; com voz de um, com a de todos.

 Em um local que dava uma perspectiva renascentista, profunda, a quem sentava ao fundo, um menestrel ali apareceu e começou a contar lendas e a se atirar ao chão, que parecia macio. Aon não compreender a maciez do chão, caí em sono, a meio pavil da junganalise.
 Barulhos embaralharam tal sonho e acordei com impulsos motores que seguiam os barulhos, um outro Unipampeano, mas de outro lugar, anotou em seu grimório o momento em que o impulso se deu, e assim com vergonha fiquei.

 Depois do tal confuso menestrel, começou a hora dos rituais. Os rituais serviam para de forma indireta fazermos compreender o nosso papel de mestres e futuros mestres.
 Na vez de minha gente ir apresentar, então fizemos tudo como planejado na roda de conversa e deliberações, e até ficou melhor do que se imaginava.

 Por fim, algum tempo depois, quando, após torrentes de chuvas que me ajudarem a perceber aspectos imperceptíveis - sobre o que devo enquanto coletivo e enquanto individuo fazer, nos espaços materiais e não-materiais de conhecimento - em calmos dias, finalizei essa vivência com as chuvas que também peguei em Bagé, no caminho para casa.

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