Refletindo - Literatura, perspectiva construtivista
Durante muito tempo, o foco do processo de ensino era o professor, deduzindo que assim estaria valorizando o conhecimento. Em seguida, o ensino ficou para segundo plano. Hoje, percebe-se a importância da unificação do ensino-aprendizagem, uma vez que um não ocorre sem o outro.Pensando nesta unificação, com o apoio de novos instrumentos de análise, planejamento e mudanças nas ações educativas, percebe-se que há uma perspectiva construtivista embasando toda esta evolução e aprimoramento na relação ensino-aprendizagem. Esta perspectiva construtivista configura-se na valorização das atividades mentais construídas durante a aquisição do conhecimento. Ou seja, o conhecimento é “uma construção histórica e social, na qual interferem fatores de ordem cultural e psicológica”(PCN,2001,p.50).
Compete ao professor intervir para que a aprendizagem seja o mais significativa possível, nunca se esquecendo de relacionar o que estará sendo conhecido, com a capacidade de observação, reflexão e informação que cada aluno possui. Porém não basta ser “inovador” se o professor não tiver um bom embasamento teórico como apoio para que a prática seja relevante e a aprendizagem dos alunos permanente.
A literatura pode ser percebida, na visão da cultura ocidental, por duas vertentes: uma em que a obra literária representa e apresenta uma visão do mundo, fazendo com que haja uma reflexão sobre conceitos e demonstra seu posicionamento sobre eles e a outra na qual deve ser apresentada uma adequação das linguagens àquilo que será representado.
Para o desenvolvimento deste projeto, será utilizada a concepção de que o ensino de literatura não pode limitar-se somente a divisão das escolas literárias, mas deve ser percebida com uma cosmovisão que traduz a relação da literatura “com seu tempo e espaço históricos; uma relação que envolve uma reacção emocional perante temas valores e soluções expressivas” (REIS,2003,p.82-83).
O ensino de Literatura nas escolas hoje, visa desenvolver o senso crítico, humanismo, autonomia intelectual, independente se o discente continuará ou não seus estudos. O professor de Literatura deve utilizar sim cultura de massa em suas aulas , porém deve proporcionar, também, o contato com o cânone,visto que, se o aluno não tem este contato na escola, raramente o conhecerá. é neste contato que poderá perceber mudanças na língua,sociais.. ou seja, se faz necessário o cânone, mas não como única maneira de ensino de literatura.Haverá, muitas vezes, problemas com a aceitação do texto literário nas salas de aula,mas cabe ao docente saber conduzir, planejar o uso do texto literário.
É importante que a escola não foque apenas na metalinguagem. Deve fazer com que oaluno não queira somente ler para realizar "exercícios soltos ". Deve proporcionar que esta leitura lhe seja prazerosa, com um objetivo (opinar,se perceber como leitor..)
Tanto o docente, quanto o acadêmico deve ter consciência de que a área (Literatura, neste caso) escolhida por ele, não é uma das mais valorizadas pela sociedade, porém, é a que melhor prepara sujeitos para esta sociedade. É ela que desenvolve sujeitos críticos, capazes de refletir o mundo a sua volta, não somente com uma visão unilateral, mas com uma cosmovisão. E ao conseguir que um único aluno perceba este intuito, um estágio, ou prática docente, vale(rá) à pena.
1 comentários:
Bom Josiane, se me permite o espaço, gostaria de complementar sua reflexão...
21 de maio de 2010 às 05:42Como acompanho as aulas de literatura, sou favorável a sua opinião.
Creio na importância de trazer a literatura para o cotidiano do aluno, dentro e fora de sala de aula.
Mesmo que, a princípio, seja necessário recorrer as obras populares, de massa...
De que vale apoiar-se somente nos textos canônicos, com vocabulário robusto... se os alunos estão em uma realidade oposta?
Acredito na gradatividade...
Que, é viável iniciar os trabalhos com material de fácil compreensão, presente no cotidiano e através do feedback, dar continuidade ao conteúdo até atingir a análise e compreensão das obras literárias de prestígio.
Então... mãos à obra!
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