Blog de integração dos participantes do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência - PIBID - CAPES, do curso de Letras da Universidade Federal do Pampa, Campus Bagé, com a Escola Estadual de Ensino Médio Frei Plácido e com a Escola Estadual de Ensino Médio Luiz Maria Ferraz - CIEP.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Queridos colegas! Colegas Queridos!

Eu estava vendo uma prova de concurso público para o cargo de professor do SEDUC / PI 2009 e achei que poderia ser interessante dividir com vocês. Gostaria que dessem uma olhada e comentassem o que acham.... Trata-se de um texto inicial de uma prova de língua portuguesa.

UM RETRATO DA SALA DE AULA
(Trechos de entrevista concedida por Martin Carnoy a Monica Weinberg. Carnoy, economista americano e professor na Universidade Stanford, nos Estados Unidos, comanda um centro voltado para pesquisas sobre educação. Em 2008, Carnoy veio ao Brasil para coordenar um estudo cujo propósito era entender, sob o ponto de vista do que se passa nas salas de aula, algumas das razões para o mau ensino brasileiro.)

Como no século XIX

Está claro que as escolas brasileiras – públicas e particulares – não oferecem grandes desafios intelectuais aos estudantes. No lugar disso, não é raro que eles passem até uma hora copiando uma lição da lousa, à moda antiga, como se estivessem num colégio do século XIX. Ao fazer medições sobre como o tempo de aula é administrado nos colégios que visitei, chamaram-me a atenção ainda a predominância do improviso por parte dos professores, os minutos preciosos que se esvaem com a indisciplina e a absurda quantidade de trabalhos em grupo. Eles consomem algo como 30% das aulas e simplesmente não funcionam. A razão é fácil de entender: só mesmo um professor muito bem qualificado é capaz de conferir eficiência ao trabalho em equipe ou a qualquer outra atividade que envolva o intelecto. E o Brasil não conta com esse time de professores de alto padrão. Ao contrário. O nível geral é muito baixo.

Menos teoria e mais prática
Falta ao Brasil entender o básico. Os professores devem ser bem treinados para ensinar – e não para difundir teorias pedagógicas genéricas. As faculdades precisam estar atentas a isso. Um bom professor de matemática ou de línguas é aquele que domina o conteúdo de sua matéria e consegue passá-lo adiante de maneira atraente aos alunos. Simples assim. O que vejo no cenário brasileiro, no entanto, é a difusão de um valor diferente: o de que todo professor deve ser um bom teórico. O pior é que eles se tornam defensores de teorias sem saber sequer se funcionam na vida real. Também simplificam demais linhas de pensamento de natureza complexa. Nas escolas, elas costumam se transformar apenas numa caricatura do que realmente são.

(Revista Veja, Edição nº 2132, Ano 42, nº 39, 30 de setembro de 2009, p. 132).
Se possível, gostaria de saber suas opiniões sobre o discurso de Carnoy (2008). E ainda (mesmo sabendo que não há uma resposta fechada, única e verdadeira para a pergunta), gostaria de saber : o que é ser um "bom professor" ?

1 comentários:

Valesca Brasil Irala disse...

Ester,

A entrevista dele é perturbadora em dois aspectos. Primeiro, pela crítica que faz à formação do professor (tema que diz respeito às universidades) e pela crítica que faz ao próprio "modus operandi" da maioria das escolas no Brasil, que se formos pensar, são angustiantes de tão insalubres. O pior de tudo é que não se faz nem uma coisa e nem outra de forma bem feita. A maioria não consegue compreender bem as teorias que estuda e ao mesmo tempo nem sabe para si mesmo o que deve ensinar aos alunos. Isso é o mais triste. A pergunta que fazes, sobre o que é ser bom professor, na minha opinião, é impossível de responder de uma maneira universal, mas fundamentalmente, para mim, é aquele que consegue mostrar para os alunos que a vida é mais do que a sua rotina diária, vai além dos seus próprios mundinhos (o seu e dos alunos), é aquele que não se conforma com o seu hoje (e para isso tenta compreender o ontem e ajuda a projetar o amanhã pensando no coletivo e não no individual, tentando incluir seus alunos nesse gesto de inconformidade). Enfim, respondo a tua pergunta tentando generalizar aquilo que vi como aluna ao longo da minha vida (ou em alguns casos senti falta de ver)...

31 de janeiro de 2011 às 03:37

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