Semântica para a educação básica: O sentido do sentido
No livro “Semântica para a educação básica” de Celso Ferrarezi Jr. o autor aborda muitos temas importantes e que vem sendo debatidos há bastante tempo no meio escolar, mas que ainda não vemos reflexo de sua real aplicação nas escolas hoje em dia. Entre outras coisas, o autor aborda temas como interdisciplinaridade, educar o aluno para a vida, ensinar a descobrir, incitar nos alunos o gosto pela língua, trabalhar a gramática pelo uso, “fragmentar” palavras para criar conceitos, a necessidade de reflexão sobre aquilo que está sendo visto, reflexos da fala na escrita, a questão do uso do humor no ensino, o uso da metáfora para trabalhar com a cultura, etc. sempre fazendo alusão à práticas anteriores que tiveram resultados positivos. Além de todas essas questões, o autor ainda propõe que desconstruamos a gramática dando exemplos do que funciona e não funciona de acordo com ela e ainda dá novos nomes aos conteúdos “gramaticais” que podem fazer mais sentido ao aluno porque fazem alusão a função daquela especificidade da língua.Na minha opinião o livro é excelente pois mostra na prática o que temos visto falar em vários livros teóricos dando exemplos palpáveis a alguns professores que costumam alegar que lhes falta um exemplo prático de como fazer essa mudança tão debatida em questões de ensino. Mas, se por um lado ele pode nos motivar a fazer coisas novas na sala de aula, a olhar para o nosso aluno e decidir o que é melhor trabalhar naquele contexto, a fazer o nosso aluno participar ativamente do processo de ensino/aprendizagem, por outro lado ele pode ser tomado erroneamente como um manual e para ser seguido à risca. Se a segunda opção for a escolhida pelo professor, infelizmente, todo o crescimento e benefício que ele pretende levar para a turma pode “ir por água abaixo”. Como o próprio autor menciona na página 145, devemos ensinar o aluno “de acordo com a sua cultura e a sua visão de mundo”. O que pode funcionar em uma realidade não necessariamente funcionará em outra. Se é preciso “ligar a escola ao mundo” (pg 248), primeiramente temos que descobrir qual é o mundo daquele aluno em específico para tomar a decisão de como trabalhar.
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