Curta-metragem “Na palma da mão”: uma experiência na educação básica
O ensino no novo século tem a tecnologia como sua parceira ou inimiga. Ao mesmo tempo em que ela vem para auxiliar o professor, pode também distanciar ainda mais o conteúdo a ser apresentado. Os alunos do novo século estão acostumados a hiper-velocidade que as informações são apresentadas na cultura digital, uma cultura que converte átomos em bits (NEGROPONTE, 1995). O papel do professor do novo século é conseguir de alguma forma converter o conteúdo bruto, impresso (átomos) em um conteúdo digital e interativo (bits). Desta forma, o projeto curta-metragem “Na palma da mão” vem com a proposta de utilizar aparelhos interativos do dia-a-dia, como o celular e as câmeras digitais, como meios facilitadores de aprendizagem. A sétima arte tem em sua estrutura a capacidade híbrida que consiste em unir os diversos ramos das artes em um só, a imagem. Utilizando os celulares e câmeras digitais para a produção de curtas-metragens de no máximo cinco minutos, o projeto teve como objetivo a produção de roteiros para os curtas-metragem como exercício de síntese e produção textual. Os alunos tiveram contato com o texto de uma forma mais leve, exercitando a criatividade e a re-textualização, trazendo para o cotidiano o texto a ser trabalhado. E juntamente com isso tentando fazer uma reflexão a cerca dos aparelhos moveis como sendo não apenas aparelhos do dia-a-dia utilizados para o entretenimento e comunicação como também aparelhos que podem servir de ferramenta para criar arte..
Isso mostra que os alunos conseguem se expressar muito melhor através de um meio do qual lhes é familiar que é a imagem. A priori poderíamos pensar que a grande dificuldade enfrentada pelos alunos seria transformar uma crônica em um vídeo criativo e com tempo estipulado que foi de até cinco minutos. Mas não os alunos se empenharam a fundo e produziram ótimos vídeos. O projeto conseguiu atingir seu objetivo que foi de fazer com que os alunos tivessem um contato com um texto literário de uma forma mais leve e mesmo assim buscando uma reflexão mais profunda sobre o texto. Com isso os alunos para produzirem tanto os vídeos como os roteiros tiveram que fazer uma retextualização adaptando as crônicas para roteiros de cinema. Salvador (Pocho) Ottobre e Walter Temporelli (2009) no livro Profe, no tengamos recreo!, refletem que constantemente os alunos estão expostos a uma série de elementos que são mais tentadores do que os apresentados em sala de aula. “Acoso, asedio y envolvimiento, son palabras que definen la nueva situación de la escuela y la enseñanza con relación a su entorno”. (p. 130.)
Por fim acredito que o projeto aplicado nas turmas foi proveitoso para os alunos e uma grande experiência para mim que não tinha tido contato com a sala de aula ainda. Ensinar é um trabalho árduo e conseguir a atenção dos alunos em uma época que existem tantas distrações é mais difícil ainda.
2 comentários:
Muito bom!
3 de fevereiro de 2011 às 20:09Fui atrás deste projeto a partir do nosso encontro em Caçapava, na oficina "Buenas e Tal..." Adorei a tua ideia do curta metragem. Fiquei com vontade de criar algo parecido com minhas turmas de ensino médio. Será que posso usar a tua ideia? Gostaria de saber como encontro as informações a respeito da criação dos roteiros.
20 de julho de 2011 às 08:32Parabéns pelo teu trabalho.
Sucesso na carreira de professor!
Um grande abraço.
Giane T Goulart
PS: Tu podes me enviar e mail para: giteixeira0903@hotmail.com
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